quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A importância da alimentação no progresso humano - Parte I

Somos o que somos graças a fome. A necessidade de se alimentar moldou a sociedade moderna ao longo da história.
"Quando o homem aprendeu a cozinhar os alimentos, surgiu uma profunda diferença entre ele e os outros animais.
(...)
 A cocção dos alimentos os tornaria mais fáceis de mastigar. Assevera-se que o menor desenvolvimento dos músculos faciais e o maior crescimento da cavidade craniana e do cérebro decorreriam de menos esforço na mastigação.
(...)
 Para saciar a fome, a humanidade tem-se servido, ao longo de sua história, de quase todo organismo animal e vegetal que teve alcance.
Praticando a caça desde o paleolítico, o homem pôde sobreviver às épocas glaciais. A caça possibilitou-lhe deixar de ser simples coletor de alimentos e, além da carne, deu-lhe peles para proteção contra o frio.
 O homem ampliaria sua atividade de caçador ao iniciar o cultivo da terra há cerca de dez mil anos. A agricultura nasceu quando ele absteve de consumir parte dos grãos colhidos e os enterrou para que germinassem e se multiplicassem. Começaria também a domesticar alguns dos animais que antes caçava.
A humanidade tornava-se, portanto, criadora de animais e produtora de alimentos e deixava de ser um elemento mais ou menos inofensivo da cadeia ecológica, na medida em que evoluía do ritmo meramente biológico para o ritmo econômico.
 A fabricação de ferramentas cortantes e a arte de tecer constituíram outro marco importante do período neolítico.
O cultivo da terra, assim como a fabricação de utensílios de cerâmica e de fornos, implicava o estabelecimento de um núcleo habitacional fixo de uma comunidade. Em torno dos campos de cereais, apareceriam as primeiras aldeias.
 O aumento gradual da produtividade agrícola permitiria que se armazenasse uma parte das colheitas e que um número crescente de pessoas pudesse dedicar-se a outras atividades. Esse fato é um dos marcos da história humana. Em decorrência dos primeiros excedentes de alimentos, surgiram excedentes de muitas outras coisas." (FRANCO, Ariovaldo. De caçador a Gourmet. São Paulo. Ed. Senac)
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